Título: Robôs de Alvorada
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Páginas: 542
Onde comprar: Cultura
Sinopse: Em meio à mais evoluída colônia humana fora da Terra, ocorre um crime sem precedentes: um robô humaniforme é assassinado, colocando em xeque a reputação de um importante estudioso daquele planeta, único suspeito do crime. O detetive Baley é convocado para investigar esse complexo assassinato, sem imaginar que sua segurança está em risco, assim como o destino da própria humanidade.
'' (...) Mas talvez chegue o dia em que alguém elabore as Leias da Humânica e então possa prever os traços gerais do futuro; e possa saber o que poderia estar reservado para a humanidade, em vez de apenas adivinhar, como estou fazendo; e saber como agir para melhorar as coisas, ao invés de fazer especulações. Às vezes, sonho em fundar uma ciência matemática, que imagino como ''psico-história'', mas sei que não vou conseguir e temo que ninguém conseguirá. ''
Em termos gerais, Os Robôs da Alvorada resgata
personagens e situações parecidas dos outros dois livros da série, mas em
abordagem completamente diferente. Asimov sabe bem como utilizar de todas as
formas possíveis o mesmo personagem e ainda fazê-lo interessante. Temos aqui
mais um livro com tom introdutório à minha amada série da Fundação e, por isso, se tornou mais um
dos meus favoritos.
Eu tô com medo das minhas resenhas sobre livros
do Asimov acabarem ficando repetitivas, porque a opinião é sempre a mesma. A
qualidade não muda: é muita ciência, bem utilizada e bem explicada. Muita
ficção bem fundamentada. Narrativa complexa, intrincada, mas fácil e gostosa de
ler. Ao mesmo tempo que você fica perdido sem saber o que está rolando, você
entende que está tudo conectado e vai pegando as migalhas deixadas no enredo
que acabam se juntando e dando nos finais maravilhosos dignos de Asimov. Por
mais que esteja acostumada às suas tramas e já consiga sentir o tom do enredo,
eu nunca adivinho onde este homem vai chegar. A experiência de uma ''leitura
Asimov'' é sempre surpreendente.
Aqui, o autor revisita cenários de outros
livros, principalmente de Eu, robô, jogada muito boa e que torna
as leituras mais empolgantes. É sempre bom conseguir conectar uma história a
outra. É mencionado também o conto d'O Homem Bicentenário, algo que eu
não esperava. O mais legal é que eles nunca são citados levianamente. Se outro
livro da cronologia do Asimov apareceu em um mais avançado no futuro, preste
atenção, ele vai fazer mudar tudo na trama.
Que estranho! Todas as nossas lendas antigas se passam na Terra e, no entanto, elas não são conhecidas na Terra.
Os Robôs da Alvorada nos apresenta
o mundo de Aurora, o mais poderoso dos Mundos Siderais. Baley, mais uma vez, é
chamado pelo doutor Fastolfe para ajudar a investigar um crime. Só que dessa
vez, é um crime estranho: um roboticídio. Jander, um robô humaniforme da classe
do Daneel Olivaw, sofreu uma paralisia mental e parou de funcionar. A reputação
do doutor Fastolfe é ameaçada por isto, pois está sendo acusado de cometer este
ato em prol de forçar a sua visão das coisas: a de que a Terra deve ser
responsável por colonizar o restante da Galáxia e não os Mundos Siderais. Os
outros cientistas auroreanos são contra esta visão e primam por uma Galáxia
explorada e colonizada por robôs humaniformes. Logo, Baley torna-se responsável
não só por descobrir o verdadeiro culpado pelo assassinato de Jander, mas
também de definir o futuro da Galáxia.
Temos o retorno de alguns personagens queridos
aqui e aparecimento de outros que sabemos que terão um grande papel na trama de
Os Robôs e o Império. Descobri aqui também a origem de uma das grandes
surpresas de Fundação e a Terra. As discussões que se fazem aqui são
as mesmas dos livros anteriores e os sentimentos também. A estranheza pelos
costumes não só dos Terráqueos futurísticos, mas também dos auroreanos é bem
forte. Asimov explora bem a possibilidade que tem de discutir a diferença entre
culturas e o choque que elas causam, trazendo assim conflitos desnecessários.
Enfim, tive mais uma leitura incrível e
indispensável não só para os amantes de Asimov e da ficção científica, mas
também para vários estudantes universitários. Falando sério. Essa série dá
muita discussão para inúmeras matérias de psicologia, história e sociologia. Eu
adoraria que um professor meu utilizasse livros assim em aula :P
0 Comentários