Agora que li o livro todo, venho
compartilhar com vocês o que achei de um dos livros mais aguardados do ano!
Lembrando: li o ebook em inglês, portanto, haverão mudanças na tradução.
O plot é ''simples'': Feyre
decide junto ao Círculo Íntimo que Nestha precisa voltar ao convívio social,
mesmo que não seja com eles. Então ela é enviada para treinar no acampamento
illyriano, trabalhar na biblioteca e morar na Casa do Vento, para ficar livre
dos vícios (bebidas e sexo). Cassian fica responsável pelo treinamento e esse
convívio vai gerar conflitos e conversas que há muito já deviam ter acontecido.
A parte do romance e da jornada da Nestha é bem feita. Eu já esperava por isso, considerando o que foi feito em ACOMAF, então as mais de 800 páginas de pegação pesada com Cassian, formação de laços com outras mulheres e compreensão de seus sentimentos foi muito gostosa de ler. A relação física Nessian é poderosa e eu sabia que viria bem antes dos sentimentos serem admitidos e acho que combinou com as personalidades deles. Os hots são excelentes. Sério. E olha que sou muito chata com isso. Adorei o uso da nova personagem, Gwyn, e conhecer mais sobre a Emerie. Esse trio se formou com plot próprio e fez muito sentido.
Meu problema foi com a fantasia e o antagonista. A Sarah não sabe desenvolver os plots direito e deixa muitas brechas. Ela também ''se inspira'' demais em clássicos. O plot aqui é quase igual ao de Relíquias da Morte, com 3 tesouros que a Nestha precisa achar porque a rainha que envelheceu em ACOMAF quer vingança contra ela e está procurando esses objetos e juntos eles dão ao portador poderes inimagináveis. Cada um tem uma função (também quase iguais aos das relíquias), mas achei todos mal utilizados, apesar das cenas de procura serem ótimas.
A vilã é terrível. Mal aparece e nunca é estabelecido quais são os poderes dela, logo eu não senti urgência nenhuma para derrotá-la, nem senti medo do que ela poderia fazer com os personagens. Na real, um ser deus que aparece numa só cena consegue ser mais assustador que ela. Os capítulos finais, no entanto, quando entra outro tipo de vilão, são maravilhosos.
As cenas de ação são boas, mas
mal costuradas. O jeito que esses tesouros são trazidos é decepcionante. A
Sarah não soube fazer ACOSF ser um livro dentro do universo ACOTAR, ele ficou
aparte. São novas regras, novas magias, novos objetos... nada anterior é usado.
Eu senti que tava lendo algo totalmente diferente e mesmo que esse seja um
livro com outra protagonista, ainda devia ter elementos dos anteriores pra
fazer sentido.
A repetição de expressões que a Sarah tem mania de fazer me deixou particularmente incomodada aqui: depois de 4 livros é esperado que ela entenda seus vícios e mude, mas parece que não. ''Enrolar os dedos nos sapatos'' toda vez que a personagem fica ''animada'' ou dar tiradinhas com ''você gosta de se ouvir falando'' acontecem ao menos 4 vezes durante todo o livro, sendo que nos outros já tinha tido bastante disso. Não dá mais pra deixar passar. É chato. Parece conhecimento limitado, sabe?
Então, no geral, foi um livro que aproveitei a experiência de leitura porque amo os personagens, eles são fieis a quem são, o romance é bom, a jornada da Nestha é boa, mas me recuso a chamar a trama de boa ou até de categorizar como ''Alta Fantasia''. Para isso teria que ter algum tipo de construção própria, o que não tem. Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Eragon, Crônicas de Gelo e Fogo, lendas eslavas, irlandesas e russas, bem como outros livros e bíblia foram misturados no liquificador pra chegar a um resultado que não foca em nada e ganha apenas pelo choque das cenas em que são usadas.
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